PACTO DE AMOR

PACTO DE AMOR

CAPITULO 5.

Entre o Amor e a EX.

Tomei banho e confesso que enquanto tomava banho pensava na Lara, nossa era foi durante muito tempo importante para mim. Tao importante aponto de eu só pensar nela e menos em mim. E agora que ela volta eu fico confusa, não sei ao certo o que pensar.

Posso comprar tantas coisas e viajar, lembro dos planos que fazíamos juntas abraçadas na nossa cama, mas lembro também dela não ter me apoiado quando perdi meu emprego, a parte mais triste da minha vida. Eu não podendo sair e ela saindo mesmo assim. Nossa, eu estou lembrando só das coisas ruins, tivemos momentos maravilhosos. Eu a amava e acho que ela também.

Parei de pensar e sai.

No hospital me encontrei com a mãe da Gabriela, mas não contei que havia ganho na loteria.

Gabriela estava lá, imóvel, mas serena, linda como se estivesse dormindo. Eu só queria que ela soubesse, agora teríamos o Golden, o cachorro que ela adorava. Não podíamos pois o apartamento era pequeno e esse cão custava muito caro.

Agora eu podia dar um para ela, mas não quero comprar com ela assim imóvel, seria triste demais. Trago um girassol toda vez para ela, ele murcha e eu troco espero um belo dia ela acordar e vê-lo. E´ o que mais quero.

Meu telefone tocou, era a Lara. Não troquei o número esperando que ela um dia me ligasse e isso acontece e fico sem graça pois a mãe da Gabriela estava ao meu lado.

Eu peço licença e vou atender no corredor.

Alo.

Oi, sou eu a Lara.

Eu respondi:

Eu sei que é você, já falamos.

Por favor Manoela, me deixa falar.

Lara, eu não posso agora. Ligue outra hora então.

Por que não?

Manoela, por favor. Quando então?

Eu então falei:

Está bem vamos nos encontrar no shopping, tomamos um café.

Ela sorriu, e disse:

Ok, estarei lá a sua espera.

Eu disse que sim e me despedi.

A mãe da Gabriela então veio me perguntar se estava tudo bem. Ela notou que fiquei perturbada com o telefonema.

Esperamos juntas o médico, ele falou que ela estava estável. Nossa estava sempre estável. Quando ia ficar bem?

Eu fui me despedir dela, linda minha Gabriela, dormindo. Lembrei quando eu a deixava acordar só para encher ela de beijos. Mas só que agora ela não acordava e eu mal podia beija-la com tantos tubos e aquele barulho chato dos aparelhos. Mas mesmo assim falei no ouvido dela.

Meu amor, agora posso comprar o cachorro que você tanto queria, podemos viajar. Sabe estamos ricas. Eu sorri, segurei a mão dela, mas ela não teve reação alguma, o médico disse que era bem devagar, muito devagar, mas que teríamos que ter paciência.

Me despedi da mãe da Gabriela e fui embora, ela me perguntou novamente se eu estava bem. Disse novamente que sim e fui embora.

Ela pareceu desconfiada por eu ter atendido o telefone lá fora e por eu não estar no trabalho. Mas não me perguntou nada além de querer saber se eu estava bem. Sabe acho que ela nem gosta muito de mim, mas pela Gabriela ela me tratava bem. Eu percebia isso, nas poucas vezes que fomos almoçar com os pais da Gabriela. Mas tudo bem, eu já estava acostumada com isso. Acho que a Gabriela sabia e talvez a mãe dela já tivesse falado algo do tipo, que preferia que não fosse eu a escolha da filha, mas fazer o que?

Fui para o shopping encontrar com a Lara e dizer de uma vez por todas umas verdades aquela mulher que tanto me fez infeliz. Ela ia ver como é ser desprezada, eu agora estava por cima, ou não?

Chegando lá, logo a avistei de longe, estava a minha espera na cafeteria que sempre íamos. Ela me acenou e sorriu e eu fui.

Ela me abraçou e me deu um beijo no rosto eu disse:

Tudo bem?

Ele disse:

Melhor agora que vejo você.

Lara, para com isso. Que deu em você?  Não lembra da última vez que nos falamos?

Você disse que eu fosse resolver a minha vida, que eu era um ser sem ambição e que a deixasse em paz. Lara, você me traiu!

Eu nem percebi, estava falando alto e fiquei sem jeito quando vi as pessoas me observando. Lara segurou minha mão e disse:

Manu, por favor me perdoa.

Perdoar, você?

Sim, sei que você me ama. Vamos começar do zero.

Não, você é pretenciosa mesmo. Eu amo você, tem certeza?

Pois está enganada, eu amo outra pessoa.

Espera, você tem outra pessoa. E ‘sério isso?

Por que não teria? Ou você pensou que eu ia morrer de amor por você.

Diga quem é. Uma das tuas colegas ou uma garota que serve bebidas num bar. Você não teria coragem de pegar coisa melhor. Afinal que foi atrás de você fui eu. Você tem medo, sempre teve.

Como fui um dia amar você? Você é um ser desprezível. Chega de conversa.

Levantei da cadeira e fui embora. Não sei o que ela falou. Tratei de sumir da sua vista. E ela não foi atrás, graças a deus.

Cheguei no apartamento e morri de saudade da Gabriela, estava tão vazio sem ela. Estava tão acostumada com ela apesar de pouco tempo juntas já havia me acostumado com a voz dela, o cheiro dela, o sorriso dela. Tudo dela fazia parte de mim agora.

Fiz um macarrão e sentei para comer, eram quase três da tarde e eu ia almoçar. O que eu ia fazer da vida sem a Gabriela?

E tinha a Lara que teimava em dizer que eu a amava. Não mais. Um dia sim, agora meu coração pertencia a Gabriela.

Resolvi que após comer iria até ao meu trabalho e pediria demissão, ia comprar um novo apartamento maior e por último o Golden que a Gabriela tanto queria.

Estava animada com meus novos objetivos, vai que Gabriela acorda, um apartamento novo e um cachorro e eu ao seu lado, sim isso seria bom.

Lavei a louça tomei um banho e saia, qual foi a minha surpresa de encontrar a Lara no jardim do prédio conversando com uma vizinha.

Eu passei e disse boa tarde e a vizinha disse:

Boa tarde, Manoela. Como está a Gabriela?

Eu parei por educação, e respondi.

Está estável, está bem obrigada.

Lara sendo inconveniente perguntou:

Gabriela? Quem é essa?

A vizinha então respondeu:

A amiga da Manoela, sofreu um acidente a pobrezinha.

Lara sorriu e disse:

E, amiga. Sei.

Eu fiquei pasma, que vontade de mandar aquelas duas cuidarem das suas vidas.

Respondi e fui em direção ao portão, Lara veio atrás e falou:

Manoela, me diga quem é essa coitada?

Eu me virei para ela e respondi:

Coitada é você.

Ela é a mulher que eu amo. E para de me importunar por favor.

Por sorte um taxi vinha passando eu dei sinal ele parou eu entrei e Lara falou algo que não escutei e fui embora.

Olhei e ela estava ela esbravejando e fazendo sinal para mim, como sempre muito mal educada.