PACTO DE AMOR
- reginalira920
- 12 de nov.
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PACTO DE AMOR
CAPITULO 4
O acidente
As coisas foram se ajeitando eu e Gabriela já não ficávamos separadas, agora passado dois meses daquela noite já morávamos juntas. Ela havia voltado a estudar e eu consegui um emprego numa editora e estava ganhado bem melhor, aí pude ajudar e ela voltou a estudar.
Estava tudo certo, eu ela e nosso amor. Noites maravilhosas, ela chegava tarde do curso, mas sempre a esperava com o jantar e um beijo.
E aí que tudo começou, meu presente foi perfeito meu passado eu esqueci e meu futuro não sei como será.
Eu estava feliz, Gabriela era tudo de bom. Nossas noites eram maravilhosas e foi numa dessas noites perfeitas depois de fazermos amor ela virou e disse:
Amor, o que você faria se eu morresse antes que você?
Eu olhei para ela espantada e disse:
Nossa, amor!! Eu morria logo depois. Não fico sem você.
Ela sorriu, me abraçou e perguntou:
Verdade? Você iria me encontrar?
Sim, minha vida sem você não tem sentido. Olha como tudo mudou depois que te encontrei.
Eu a beijei, acariciei o rosto dela e disse:
Sem você me recuso a viver. Sem você não tenho nada para fazer neste mundo.
Ela me abraçou e disse:
Sabe que penso o mesmo, sem você também me recuso a viver neste mundo. Sou feliz ao teu lado e quero ficar ao teu lado pela eternidade.
Ela me deu o dedo mindinho eu juntei com o meu e fechamos os olhos e dissemos juntas. Vamos ficar juntas pela eternidade, sempre.
E nos abraçamos, nos beijamos e dormimos abraçadas
Numa segunda na editora um colega convidou para participar da compra de um bolão de loteria, eu aceitei, poucos aceitaram e se ganhássemos o colega falou que ficaríamos milionários, eu sorri e pensei:
“Eu já sou, tenho a Gabriela”
Voltei para casa e antes passei na padaria comprei o pão e um doce que Gabriela adora, mil folhas. Fiz uma massa para mim e fui ler. Ela sempre chegava mais tarde pois tinha aula.
Ela chegaria mais tarde que de costume, eu dormi. Tomei banho e deixei um prato de macarrão no micro. Um bilhete na geladeira dizendo que tinha comprado um doce e que a amava muito.
Só que ela nunca chegou, foi atropelada quando ia atravessar na faixa de pedestre por um motorista bêbado.
Sonhei, ela me beijou. Eu a vi no nosso quarto e ia reclamar que era tarde, mas dormi. Acordei com o telefone tocando. Era do pronto socorro.
Sra. Manoela Silva?
Sim,
E do pronto socorro sua esposa Gabriela sofreu um acidente e a sra. precisa vir urgente até aqui. Tem como vir?
Eu fiquei em pânico, e gritei:
Meus Deus, como ela está?
Sra. Por favor se acalme.
Eu desliguei o telefone, coloquei uma roupa e sai correndo.
Em instantes estava na recepção do pronto socorro, me identifiquei e um médico veio me ver.
Sra. Manoela?
Sim, como está a Gabriela?
Ele baixou os olhos e me disse:
Tenha calma, está passando por uma cirurgia.
Eu não escutei. Não podia ser verdade. Meu amor, não aguentei e desabei a chorar.
Vi seus pais, sua mãe me amparou eu não pude acreditar, como isso foi acontecer. Meu amor havia me deixado. Nunca fui tão feliz nesta vida e agora perdi assim. Sem despedida, o beijo pela manhã, o telefonema do almoço eram todos os últimos. Últimos e eu disse que a amava e ela me disse que morria de saudades.
Fui para casa, chorei, chorei até secar as lagrimas. Nada ia mudar era o fim. A mãe dela veio me dizer que ela estava estável e fora de perigo e disse não entender por que não fiquei no hospital.
Eu também, ou melhor eu sabia. Estava com medo de ouvir o que não queria ouvir. Abracei a mãe de Gabriela e disse:
Desculpe, eu não pude suportar pensar em perde-la e fugi da situação.
Então a mãe de Gabriela me falou:
O médico me disse que ela vai ter uma recuperação lenta e você, nós teremos que ser fortes. Você entende o que estou falando Manoela?
Eu não entendi, mas disse que sim com a cabeça, pensei ela está viva isso que importa.
Passou uma semana e ela estava sedada, mas estável.
Como é estável se nada mudava, ela lá e eu falando e ela nada.
Sem nada pra dizer, eu ia para o trabalho e voltava, ia para o hospital e quando vi já estava só outra vez.
O meu colega quis falar comigo toda semana, mas eu nunca podia, por que estava cheia de serviço ou por que não queria mesmo era falar com ninguém. Até que ele me encontrou quando saímos para almoçar e disse:
Oi Manoela, tudo bem? Como está a Gabriela?
Eu disse:
Está bem, sedada, mas bem.
Ele sorriu e disse:
Lembra do nosso jogo?
Sim, lembro.
Pois é´, eu tentei falar com você a semana toda, ganhamos!!!
Eu olhei para ele e perguntei:
O que?
E´ ganhamos, eu você e o outro colega. Foi só nos três e você tem que pegar a sua parte no banco. Está tudo certinho.
Eu pela primeira vez na semana fiquei por um momento feliz. Ele então me explicou como fazer para pegar o prêmio e o valor que me espantei e foi embora. Disse que havia pedido demissão e que eu fizesse o mesmo, afinal não precisaria mais trabalhar com aquele dinheiro todo como era na hora do almoço, não voltei para trabalhar fui para o hospital, mas não pude entrar pois os seus pais estavam e aí não pude vê-la. Então lembrei de ir ao banco ver se aquilo era verdade e não e ‘que meu jogo foi premiado mesmo, meu colega havia falado a verdade.
Falei com o gerente, nossa nunca fui tão bem tratada num banco, o que um punhado de notas de cem não faz com uma pessoa. Nunca tomei tanto café na vida. Pensava o que iria fazer, podia viajar, ler os livros sem me preocupar em ter que levantar cedo. Podia comprar aquele carro que a Gabriela sonhava em ter, eu podia... não eu não podia agora era nada. Ela estava lá numa cama imóvel e eu aqui cheia de dinheiro. Que injusto ser assim.
Voltei para meu apartamento, estava feliz, mas muito triste. Com quem comemorar a minha alegria de ser milionária, com quem?
Meu amor no hospital sem sequer me ouvir, eu com saudade e com muito dinheiro, poderia ter tudo que sonhei, mas e a Gabriela?
Tomei um banho, não comi e fui deitar cedo. O telefone tocou eu fiquei com medo de atender e se fosse do hospital, não nem pensar.
Levantei sentei na cama peguei o celular e não reconheci o número deu um medo atender e disse:
Alo, quem fala?
Sou eu Manu, a Lara. Tudo bem?
Lara, era minha ex, então falei:
Oi,
Então, senti saudade e resolvi ligar.
E´, assim do nada.
Sim, não posso?
Pode, claro.
Você parece cansada, o que houve?
Lara, o que houve pergunto eu?
Ei, você ainda está magoada comigo?
Não, nem penso mais em você.
E´, sério?
Olha Lara estou vivendo um momento muito delicado em minha vida e não preciso de você para aumentar mais ainda essa confusão.
Nossa, você está amarga!
Amarga? Estou bem, ótima, longe de você!
Manu, para com isso. Posso ir aí?
Manu, Manoela para você. E não, não pode vir.
Eu queria só conversar, estou arrependida eu descobri que te amo e você é meu único amor. Pronto falei, não era você que sempre dizia que eu não falava? Pois eu vou falar, eu amo você, volta pra mim, por favor.
Lara, você está doida?
Você me traiu, me trocou por uma muito melhor que eu. Como você mesma disse:
Como foi mesmo que falou:
Ela não fica me controlando, perguntando onde eu vou e quando volto. E agora diz que me ama. Eu sim te amei, mas agora não amo mais, graças a Deus.
Quero que diga isso na minha cara, quero que diga que não me ama e que não quer voltar para mim.
Lara, chega disso. Você foi para mim muito importante, mas passou, como se diz a fila andou para você.
E desliguei o telefone. Ela ligou outras vezes na noite, mas eu não atendi.
Adormeci e confesso que pensei nela, Lara era muito bonita, atraente mesmo e por isso era também muito convencida. Acho até que era o jeito dela. Eu tinha ciúmes dela e ela sabia e me provocava e aí brigávamos muito. Não era saudável, como era diferente da Gabriela, minha querida Gabriela.
Saudade do meu amor, decidi que iria no hospital pela manhã e falaria para ela que estávamos ricas e que ia esperar ela ficar boa para aproveitar tudo que o dinheiro pudesse nos dar, mas que seria eu e ela juntas.
Acordei, com batidas na minha porta, eram batidas desesperadas, levantei e fui até a porta, olhei pelo olho magico e vi, não acreditei no que vi. Era Lara, doida batendo na minha porta.
Eu abri e perguntei:
Bom dia, o que deu em você, esta doida?
Bom dia, doida por você.
E tentou me beijar, bem do jeito dela.
Eu não deixei e disse:
Para com isso, você bebeu?
Ela disse:
Me deixe entrar, por favor.
Eu deixei.
E aí que fiz besteira, nunca deveria ter deixado ela entrar na minha vida novamente.
Ela entrou, sorriu para mim e disse:
Manoela, sabe como gosto deste apartamento você lembra deste sofá? Compramos juntas. Você lembra?
Para com isso, o que você está querendo?
Você de volta. Sei que ainda me ama. Como eu fui burra em te fazer tanto mal.
Lara, não começa. Foi você que acabou. Eu te amei, mas agora acabou.
Ela então me abraçou, me olhou nos olhos e disse:
Eu não acredito em você, sei que me ama.
Eu tentei me desvencilhar dos braços dela e disse:
Pare com isso, você acha que pode ir e vir quando bem quiser?
Manu, estou te pedindo desculpas. Quer que me ajoelhe para você?
Não, quero que você vá embora. Por favor.
Ela me largou e disse:
Outra, quem e´?
Não é da sua conta, vai embora. Não me faça ser grossa com você.
Ela sorriu e disse:
Não pensa que vou desistir de você, eu não desisto das coisas que quero.
Eu não sou uma coisa, você não desiste. Problema e seu.
Então ela foi embora, mas disse que voltaria. Eu fechei a porta e pensei.
Nossa em outros tempos era tudo que eu queria, ela de volta. Pedi tanto para ela ficar. Chorei tanto por ela. E agora ela estava ali e eu não quis.
Ela continuava linda como sempre, atraente, mas eu sabia o quanto aquela mulher era difícil e eu não queria mais sofrer. Tinha a Gabriela, meu amor.
Fui tomar banho e depois tomaria café, e iria ao hospital contar para meu amor e dizer a ela que ficasse boa logo, pois estaria esperando por ela.


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